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the Messenger test

terça-feira, junho 29, 2010
Quando eu andava de coração estraçalhado, esta senhora (que, na altura, vivia a apenas duas ou três secretárias de distância) era das maiores defensoras que aquela fase de ratazana-deprimida ia passar. Que dali a uns tempos ia olhar para trás com um grande amor ao lado e ia ficar a pensar no tempo perdido a lamentar uma relação falhada. E a sentir-me estúpida. Claro que aquilo me entrava por um ouvido e saía por outro. O único discurso que me fazia sentido era "vou ficar sozinha para toda a eternidade, sou a pessoa mais infeliz do mundo, de certeza que não há ninguém no planeta terra a sofrer tanto como eu, é completamente impossível, porque isto é uma forma de sofrer totalmente inovadora e nunca antes experienciada por ninguém". Hã hã. O que mais me fascina no maravilhoso mundo das relações é como é que pessoas por quem éramos capazes de dar um rim (ou os dois), ao fim de um tempo (que demora a chegar, mas chega sempre) se tornam completamente irrelevantes e indiferentes. Mas é uma indiferença sentida e real, não é aquela falsa indiferença do "agora vou-me armar em esperta e fingir que não quero saber mais nada de ti mas, na verdade, não quero eu saber de outra coisa". Não, falo mesmo da indiferença-indiferença, o deixarmos de ter interesse no que a outra pessoa anda a fazer, o que almoçou, com quem saiu, aquela coisa obsessiva e doentia que nos faz querer saber cada passo e que nos faz imaginar muitas histórias em torno disso (tipo, uma amiga disse-nos que o viu a lanchar às 17.30, mas ele lancha sempre às 18.00, se foi lanchar mais cedo é porque de certeza que já anda metido com outra, o cabrão!). Para mim, o grande teste da indiferença é se uma pessoa que já foi muito importante na nossa vida entra no messenger e isso não nos faz saltar o coração pela boca. Se já não ficamos ali naquela tensão do "falo-não-falo", se o estômago já não se contorce de ansiedade à espera que a outra pessoa meta conversa connosco, se não ficamos ali a analisar o nick que escolheu, se está no estado ausente ou ocupado. Quando a janelinha com o nome se abre e não estamos nem aí, então é porque a paixão se curou de vez. Caso contrário, se ainda há estremecimentos, palpitações, sensações de desmaio, então é porque a coisa está para durar. Parte boa: há um dia em que vai passar. Quando? Sabe Deus. Mas eu estou com vocês, hã?

47 comentários:

  1. Este post é maravilhoso. E tão verdade, céus. Frase preferida:

    "tipo, uma amiga disse-nos que o viu a lanchar às 17.30, mas ele lancha sempre às 18.00, se foi lanchar mais cedo é porque de certeza que já anda metido com outra, o cabrão!"

    É o verdadeiro "I know that tomorrow it will go away; but today, oh man!". Eu ainda não estou no amanhã mas também já não estou no hoje. É de madrugada para estes lados ;)

    (um beijo para ti e em especial para o teu rapaz que deve estar tristinho... força aí e que Portugal ganhe para animar aqui o pessoal)

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  2. e aquela parte em que a janelinha pisca, vemos que é "essa" pessoa e pensamos com ar verdadeiramente aborrecido:
    "fonix! o que é que este quer agora?"

    Mto bom este estado, e acho que todas nós nos revemos um pouco (no meu caso MUITO) neste post!
    Olá pipoca

    Liliana

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  3. Pipoca, há uma coisa que não entendo em raparigas realizadas, bem sucedidas, inteligentes e giras como a Pipoca e tantas outras da sua faixa etária (se calhar é por ainda não ter chegado à vossa idade que não compreendo). Mas porque é que vocês vivem com essa necessidade quase vital de encontrar homem e com esse terror de ficarem sozinhas? Faz-me das maiores confusões deste mundo. Compreendo que haja gente a pensar de todas as maneiras, mas caramba, nem quero acreditar que mulheres como vocês se deixam passar por essas fases de ratazana.

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  4. Às vezes o problema não é o tempo que demora a passar a obsessão, mas sim o tempo que demora a arranjar novamente vasilhame.

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  5. E é por este tipo de textos - e por tantos outros que relatam as "aventuras" com o roupeiro e comentários invejosos - que continuo a regressar ao teu blog!

    Gostei!

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  6. Gostei... eu sinceramente ainda espero e rezo a todos os santinhos que a pessoa que foi atropleada pelo camiao da TIR nao me apareça a frente... assim como assim, longe da vista, de certeza longe do coraçao...

    Bjs

    Rita

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  7. http://www.youtube.com/watch?v=DD9XP0Ane8U Esta cena retrata tão bem as separações. Adoro este filme

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  8. Mais um texto para roubar. Mas eu roubo sempre com dignidade, porque referencio sempre os autores.

    Acredito piamente nisso que escreves. Ainda hoje de manhã me lembrei de uma pessoa que passou na minha vida há 2 anos e pensei, realmente, como é que eu estava tão tapadinha por este tipo. Hoje é completamente indiferente. Tudo passa, por vezes queremos é que seja num abrir e fechar de olhos e isso infelizmente não acontece.

    Um beijinho Pipoca. E eu adoro mesmo este tipo de textos.
    Muitas felicidades.

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  9. gosh!!! se vai passar eu acrdito em ti:D

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  10. é mesmo, concordo com tudo!

    Parabéns, adoro o blogue! :)

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  11. Estás enganada, Pipoca, nem sempre passa.
    Na maior parte das vezes passa, sim, mas há mulheres (e homens) para as quais não passa. Infelizmente.

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  12. Pipoquinha, eu sou o exemplo vivo de que o tempo cura tudo. Ainda hoje tive um sonho esquisito mas que será (espero) o sinal para que esqueça aquela pessoa de vez e olhe bem à minha volta:)

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  13. Adorei o post mas estou como alguém que já comentou acima. Acho que nem sempre passa... Acho que se pode continuar amar alguém para sempre e o tempo não ajudar a curar. Estarei enganada? Espero bem que sim!

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  14. Pois esta senhora bem tentava fazer-te acreditar nisso. Mas eu bem sabia que tu não conseguias entender o que eu dizia. Era como se fosse impossível imaginar um dia sem te sentires miserável. Bom, o que importa é que eu tinha razão, coisa que só por si me satisfaz, mas ainda mais por ver que superaste aquela fase ratazanonga por causa de quem não merecia nada-nada-nadinha.
    :)

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  15. É bem verdade, só passei por isso com o primeiro namorado e hoje talvez já tenha dificuldade em o reconhecer na rua...Ao segundo fiz uma festa quando acabámos, estava tão desgastada da relação que quando acabou não conseguia tirar o sorriso. Cheira-me que daqui para a frente a maturidade vai fazer a sua parte e eu vou dando a importância devida às relações amorosas falhadas, ou seja, muito pouca.

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  16. Pipoca, isso passa qd conheces alguem q te faz esquecer todo o passado, até lá ... é aguentar.

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  17. Com uma relação de quase 11 anos a dar as últimas, tenho repetido as frases que disseste do género "é impossível alguém neste mundo estar mais infeliz que eu neste momento" constantemente nos últimos dias, e é que acredito mesmo nelas.
    Estou louca para chegar à próxima fase (embora ainda não acredite que ela existe). Mas hoje tenho que te dizer: obrigada por este post Pipoca!

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  18. Ainda em relação ao meu anterior comentário, tenho a dizer q hoje foi daqueles dias em que não passei no teste do messenger:(

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  19. Eu quero é prognósticos para o jogo!!!
    Ou vai ser só no fim?
    :)

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  20. Este post está perfeito. Tão verdade... E ficarmos naquela de, quando a janelinha pisca porque ele milagrosamente veio falar, se ficar naqueles nervos e ansiedade do "então e que é que digo agora?!".

    Sem ser a um nível consciente, faço sempre esse teste. Em relação ao Messenger e em relação ao telemóvel: quando de cada vez que oiço o som de mensagem o coração não salta logo por pensar "é ele" (para logo ficar desapontada, claro).

    De todas as paixões que tive, isso passou. Excepto uma, de há anos e anos atrás - a primeira. Mas acho que é mais feitio que defeito.

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  21. pipoca tanta verdade num texto só! concordo infinitos!

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  22. pipoca tanta verdade num texto só! concordo infinitos!

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  23. Concordo tantoooooo com o que escreveste!!! É verdade verdadinha! Também já passei por essa amargura toda e felizmente passou e agora até me rio de certas situações a que na altura não achei piada nenhuma...

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  24. Fonix Pipoca... essa fase é horrivel, amargurante. Vivenciei uma vez e se a vivenciar novamente... que seja na próxima vida, boa?

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  25. Maria.

    Deixa-te estar que a "sorte" um dia bate à tua porta.
    A mim, infelizmente ou felizmente calhou-me em "sorte" ter calhado a fava aos 28 anitos.

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  26. Ora está bem visto, sim senhor! Kiss

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  27. Ora está bem visto, sim senhor! Kiss

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  28. Achamos sempre que ninguém sofre tanto como nós e ninguém nos compreenderá. Ainda bem que o tempo tudo cura e dá a possibilidade de podermos olhar para trás com um sorriso nos lábios e dizer: "já passou". Não avalio a cura pela necessidade ou não de saber coisas sobre a outra pessoa (natural nos primeiros tempos seguintes à ruptura, mas que depois desvanecem com o passar do tempo) porque a segurança e auto-estima voltam, prova de que não estamos "nem aí". Ninguém é insubstituível. O que varia é a nossa capacidade de olhar em frente.

    http://sentimentodemim.blogspot.com/2009/03/amar-vale-pena.html


    (manda um abraço de solidariedade de uma ex-colega ao teu homem; fecham-se portas, abrem-se logo outras)

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  29. Adorei o post, Pipoca! Grande, grande verdade! E nunca pensei que não fosse apenas eu a maluquinha com nicks do msn e se falo, não falo! Felizmente isso acabou e é bem verdade aquilo que escreves!

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  30. A fase de ratazana é o "luto"...dificil...muito dificil, mas superável.
    Quando alguém nos magoa nas entrenhas do ser, a fase da ratazana vive-se ainda na relação depois...ai vida para que te quero!:)

    Bjs

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  31. este post é simplesmente brilhante. acredita que me ajudou a abrir um bocadinho a pestana. estou numa fase em que ainda acho que a minha maneira de sofrer é "totalmente inovadora" e que nunca vai passar, e que, coitadinha de mim, sou a pessoa que sofre mais no mundo. mas é assim, can't help it. obrigada por dizeres que vai passar, é o que eu preciso de ouvir porque as coisas por estes lados andam malzinho. beijinhos pipoca :)

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  32. Já agora visitem o nosso blog:
    www.viagensdocasaldubaveli.blogspot.com

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  33. Concordo plenamente, mas também acho absolutamente normal nos esquecermos totalmente de pessoas que passaram pela nossa vida e hoje além de nos serem indiferentes na sua totalidade, algumas delas ainda nos "repugnam".
    Por isso aproveitar smepre o presente e o futuro.
    Qaunto ao "saber estar" e à educação de cada um é outra que também há muito que se lhe diga!

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  34. Passei exactamente pelo mesmo que tu... Demorou 3 meses para começar a esquecer o cabrão, mas eventualmente aconteceu. Hoje é ele que me chateia sempre que pode, para irmos tomar café ou fazer qualquer coisa, mas nem ao pedido de amizade no fb eu aceitei. É alguém que não me diz rigorosamente nada. Diz-me mais a empregada do café onde tomo café do que alguém com quem vivi durante meses. Irónico não é

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  35. Aprendi que a única coisa de fica depois é pensar em como agiste e reagiste ao "fora". Por isso apartir de agora, nada de cenas triste de uma próxima. Como já sei que acaba por passar, é ser sempre forte (nem que tenha de se fazer de conta só!).

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  36. Não diría melhor! Soubeste formar as frases certas para o assunto.. é incrível lermos algo e pensarmos 'nossa, como isto é mesmo verdade e não acontece só comigo!". Já nao e a primeira vez que leio o teu blog e isso me acontece :)
    Gostei muito do texto *

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  37. Eu aina estou a apanhar os estilhaços do meu coração partido...mas sei que vou superar. o que é curioso é que para viver esta paixão eu também parti o coraçaõ da pessoa que estava comigo...enfim, os designios desta vida..que nos reserva sempre tantas surpresas.. Eu acho que as pessoas que realmente amámos nós não esquecemos..aprendemos primeiro a viver sem elas, e depois arrumamos numa pasta de arquivo da nossa cabecinha...

    Mas bom mesmo era ir dormir e acordar de manhã sem vestigios de mais uma noite em que chorei de dor..uma dor que é mesmo fodida...
    Beijos para todas!

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Teorias absolutamente espectaculares

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