terça-feira, abril 28, 2009
Passatempo Salsa/Pipoca
Quem tinha saudades de mais um passatempo da Salsa ponha as mãozinhas no ar! Pois é, estamos de volta. Desta vez, com os jeans Secret, cheios de truques e artimanhas. Ele é o efeito push-in (cintura subida), ele é o efeito tummy tuck (adeeeeeeus, barriga saliente! Olha para ti toda apertadinha debaixo do tummy tuck), ele é o efeito push-up ligeiro (que contraria a lei da gravidade e põe o rabo no lugar dele)... enfim, ele é toda uma transformação (para melhor, acreditamos).
Quem tinha saudades de mais um passatempo da Salsa ponha as mãozinhas no ar! Pois é, estamos de volta. Desta vez, com os jeans Secret, cheios de truques e artimanhas. Ele é o efeito push-in (cintura subida), ele é o efeito tummy tuck (adeeeeeeus, barriga saliente! Olha para ti toda apertadinha debaixo do tummy tuck), ele é o efeito push-up ligeiro (que contraria a lei da gravidade e põe o rabo no lugar dele)... enfim, ele é toda uma transformação (para melhor, acreditamos).Claro que não há almoços grátis. A Pipoca e a Salsa continuam vossas amigas, por isso vão oferecer dois parzinhos de calças. mas isso obriga, uma vez mais, a que puxem pela cabecita. O que se pretende desta vez, e já que a temática são os Secret, é que revelem segredos. Que tiram macacos do nariz enquanto conduzem. Que partiram uma jarra aos sete anos e puseram a culpa no gato. Que roubaram chupa-chupas a criancinhas. Que andaram a praticar o sexo na secretária do escritório. Enfim, se andam a carregar um segredo há anos e anos, está na hora de o partilhar.
Como sempre, só contam as respostas enviadas para o mail apipocamaisdoce@gmail.com. Têm uma semaninha, sim? As duas melhores revelações (sujeitas à aprovação de um júri muitíssimo exigente), levam as Secret para casa.
Quem não for bafejado pela sorte... bem, pode sempre comprar um parzito na loja. Até 6 de Maio têm 10€ de desconto. Nada mau.
segunda-feira, abril 27, 2009
E entretanto pus-me a ver fotos do verão passado...
E tenho saudades do calor. E de águas mais quentes. E de ter este arzinho levemente tostado (em oposição ao tom de lula que apresento o resto do ano). E de usar este vestido. E desta porta. E das minhas amigas (que, pelos melhores motivos, dificilmente conseguirei voltar a juntar numa viagem assim).
E tenho saudades do calor. E de águas mais quentes. E de ter este arzinho levemente tostado (em oposição ao tom de lula que apresento o resto do ano). E de usar este vestido. E desta porta. E das minhas amigas (que, pelos melhores motivos, dificilmente conseguirei voltar a juntar numa viagem assim).segunda-feira, abril 27, 2009
O melhor da vida depois de responder a um exame com 14 perguntas de desenvolvimento em hora e meia (WTF???):
Passar no McDonalds para me abastecer de Chicken McNugetts, ver a terceira temporada da Ally McBeal de rajada, e pintar as unhas de vermelho "Desejo".
Amanhã volta-se ao estudo. Má ideia a do mestrado. Muiiiiito má ideia.
Passar no McDonalds para me abastecer de Chicken McNugetts, ver a terceira temporada da Ally McBeal de rajada, e pintar as unhas de vermelho "Desejo".
Amanhã volta-se ao estudo. Má ideia a do mestrado. Muiiiiito má ideia.
sexta-feira, abril 24, 2009
Rumor has it...
Eu adoro, mas mesmo, mesmo à séria, teorias da conspiração. E o que são teorias da conspiração? É a imensa capacidade de se inventar quando não se consegue explicar qualquer coisa. O típico "não sabe, inventa" em que nós, portugueses, somos particularmente bons. É aquela coisinha do "quem conta um conto acrescenta aí uns 350 pontos", que cada um conta a história do modo que lhe dá mais jeito.
Isto porque, como seria de esperar (e até me espanta não ter sido mais cedo), começou o diz-que-disse abespinhado sobre o facto de eu ter vencido o concurso da Mulher Mais Invejada do País. E é engraçado ver como as pessoas dão largas à sua imaginação e projectam as teorias mais intrínsecas e rebuscadas para justificar que tenha sido eu a ganhar. Só ainda não disseram que dormi com a Sofia Carvalho, a directora da SIC Mulher (escapou-vos essa, hã), de resto já li de tudo.
A melhor é que este concurso foi uma estratégia trafulha para me promover e para eu ir à televisão (ah ah ah!). Sim, a mim, Pipoca Mais Doce, esse vulto incontornável da sociedade portuguesa. Ou seja, alguém se deu ao trabalho (até já li que fui eu!) de inventar aquele concurso só para me dar publicidade. E depois, claro, como tenho altos conhecimentos na televisão, consegui que a SIC Mulher embarcasse na mentirinha e anunciasse um concurso que saiu da minha mente. É este o poder que eu tenho. E a SIC, que até não tem mais nada que fazer da vida, pensou "ah, temos aqui um espaço em branco na grelha, até nem tinhamos ninguém que pudesse cá vir, venha de lá essa... como é que se chama mesmo... Pipoca? Isso, venha ela".
Em segundo lugar no top de teorias absurdas, está a de que este concurso foi criado como rampa de lançamento para o meu livro. Ora bem, se calhar as mentes menos atentas não repararam que este é um concurso promovido pela... DELTA (mais especificamente o produto chá de Rooibos, está lá tudo, é só ler)!!! A Delta tem uma editora? A Delta lançou algum livro desde a sua criação? A Delta sabe fazer mais alguma coisa na vida para além de café (e chá, vá)? A Delta apoia escritores? A Delta promove concursos de literatura? Quer-me parecer que a resposta é não, não, não, não e não. Assim sendo, porque raio é que este concurso haveria de ter alguma coisa a ver com o livro? Não se preocupem com o livro, que isso é outro campeonato, está bem?
O terceiro lugar vai para a tese de que a votação foi completamente forjada. Ora aí está uma coisa que desconheço. O que eu sei é que não votei em mim todos os dias, várias vezes por dia, uma vez por minuto, como se diz por aí. Votei uma vez, acredita quem quer e, o que me foi explicado, é que os votos repetidos foram anulados. Não sou técnica informática, não sei se há maneira de controlar isso ou não e, sinceramente, estou-me nas tintas. Aceitei concorrer pela viagem e... ganhei. Sim, aceitei concorrer. Foi-me perguntado previamente se queria. Se não quisesse, o concurso tinha existido na mesma, sem mim, o que deita por terra a teoria que isto só foi criado para me promover. Se houve trafulhice... lamento, não sou membro do Governo Civil, impugnem o concurso, manifestem-se, vão para a rua com cartazes, peguem fogo à Delta, exijam a recontagem dos votos. Isso sim, ia ser divertido.
Acho que muita gente se esquece do poder da internet em geral, e da blogosfera em particular. Está bom de ver que se isto fosse um concurso altamente mediatizado eu levaria uns 15 a zero de cada uma das outras concorrentes, mas não, foi uma coisa de visibilidade bastante reduzida e com votação na internet. É por isso que o resultado não me parece assim tão descabido (até porque sei quantos votos tive efectivamente). E eu juro que continuo a invejar as mamas e o rabo da Cláudia Vieira, os vestidos da Catarina Furtado e a voz da Simone (há 40 anos).
Também li que o concurso foi uma farsa porque as outras participantes não foram informadas do mesmo. Ora bem, se eu fui, presumo que as outras tenham sido ainda mais rapidamente. Se votaram menos nelas... bem, o que é que querem que eu diga? Peço desculpa? Assim como assim, preciso mais eu da viagenzinha do que elas, que não tenho onde cair morta.
Ah, e onde é que algumas mentes foram buscar a ideia que o destino era Nova Iorque??? A sério, não param de me surpreender. ONDE é que isso está escrito?? A viagem é à África do Sul, país onde estão as maiores plantações de Rooibos.
Por fim, "ah, e tal, como é que é possível, participar num concurso que fomenta a inveja, que coisa tão feia, mimimimi". A sério, juízo nessas cabeças. Quem NUNCA invejou nada na vidinha que se chegue à frente. Eu passo a vida a invejar. Invejo o Manchester por ter o Ronaldo e o Benfica só ter o Nuno Gomes, invejo as minhas amigas sem celulite, invejo quem tem mais de três dígitos no salário, invejo quem gosta de ir ao ginásio todos os dias, invejo o meu namorado por ser capaz de saltar da cama às nove, mesmo ao fim de semana, invejo destinos de férias.... enfim, é um mundo de inveja que nunca mais acaba. E então? Porque é que isso tem de ser mau? Invejar as outras pessoas pelo que têm está longe, muito longe, de desejar que elas não o tenham e que sejam miseravelmente infelizes. Se têm é porque merecem, e se não merecem, problema delas.
P.S.: Quando eu for à televisão eu aviso, sim? E quando aparecer na Caras. E quando lançar um livro. E quando protagonizar um filme em Hollywood.
Eu adoro, mas mesmo, mesmo à séria, teorias da conspiração. E o que são teorias da conspiração? É a imensa capacidade de se inventar quando não se consegue explicar qualquer coisa. O típico "não sabe, inventa" em que nós, portugueses, somos particularmente bons. É aquela coisinha do "quem conta um conto acrescenta aí uns 350 pontos", que cada um conta a história do modo que lhe dá mais jeito.
Isto porque, como seria de esperar (e até me espanta não ter sido mais cedo), começou o diz-que-disse abespinhado sobre o facto de eu ter vencido o concurso da Mulher Mais Invejada do País. E é engraçado ver como as pessoas dão largas à sua imaginação e projectam as teorias mais intrínsecas e rebuscadas para justificar que tenha sido eu a ganhar. Só ainda não disseram que dormi com a Sofia Carvalho, a directora da SIC Mulher (escapou-vos essa, hã), de resto já li de tudo.
A melhor é que este concurso foi uma estratégia trafulha para me promover e para eu ir à televisão (ah ah ah!). Sim, a mim, Pipoca Mais Doce, esse vulto incontornável da sociedade portuguesa. Ou seja, alguém se deu ao trabalho (até já li que fui eu!) de inventar aquele concurso só para me dar publicidade. E depois, claro, como tenho altos conhecimentos na televisão, consegui que a SIC Mulher embarcasse na mentirinha e anunciasse um concurso que saiu da minha mente. É este o poder que eu tenho. E a SIC, que até não tem mais nada que fazer da vida, pensou "ah, temos aqui um espaço em branco na grelha, até nem tinhamos ninguém que pudesse cá vir, venha de lá essa... como é que se chama mesmo... Pipoca? Isso, venha ela".
Em segundo lugar no top de teorias absurdas, está a de que este concurso foi criado como rampa de lançamento para o meu livro. Ora bem, se calhar as mentes menos atentas não repararam que este é um concurso promovido pela... DELTA (mais especificamente o produto chá de Rooibos, está lá tudo, é só ler)!!! A Delta tem uma editora? A Delta lançou algum livro desde a sua criação? A Delta sabe fazer mais alguma coisa na vida para além de café (e chá, vá)? A Delta apoia escritores? A Delta promove concursos de literatura? Quer-me parecer que a resposta é não, não, não, não e não. Assim sendo, porque raio é que este concurso haveria de ter alguma coisa a ver com o livro? Não se preocupem com o livro, que isso é outro campeonato, está bem?
O terceiro lugar vai para a tese de que a votação foi completamente forjada. Ora aí está uma coisa que desconheço. O que eu sei é que não votei em mim todos os dias, várias vezes por dia, uma vez por minuto, como se diz por aí. Votei uma vez, acredita quem quer e, o que me foi explicado, é que os votos repetidos foram anulados. Não sou técnica informática, não sei se há maneira de controlar isso ou não e, sinceramente, estou-me nas tintas. Aceitei concorrer pela viagem e... ganhei. Sim, aceitei concorrer. Foi-me perguntado previamente se queria. Se não quisesse, o concurso tinha existido na mesma, sem mim, o que deita por terra a teoria que isto só foi criado para me promover. Se houve trafulhice... lamento, não sou membro do Governo Civil, impugnem o concurso, manifestem-se, vão para a rua com cartazes, peguem fogo à Delta, exijam a recontagem dos votos. Isso sim, ia ser divertido.
Acho que muita gente se esquece do poder da internet em geral, e da blogosfera em particular. Está bom de ver que se isto fosse um concurso altamente mediatizado eu levaria uns 15 a zero de cada uma das outras concorrentes, mas não, foi uma coisa de visibilidade bastante reduzida e com votação na internet. É por isso que o resultado não me parece assim tão descabido (até porque sei quantos votos tive efectivamente). E eu juro que continuo a invejar as mamas e o rabo da Cláudia Vieira, os vestidos da Catarina Furtado e a voz da Simone (há 40 anos).
Também li que o concurso foi uma farsa porque as outras participantes não foram informadas do mesmo. Ora bem, se eu fui, presumo que as outras tenham sido ainda mais rapidamente. Se votaram menos nelas... bem, o que é que querem que eu diga? Peço desculpa? Assim como assim, preciso mais eu da viagenzinha do que elas, que não tenho onde cair morta.
Ah, e onde é que algumas mentes foram buscar a ideia que o destino era Nova Iorque??? A sério, não param de me surpreender. ONDE é que isso está escrito?? A viagem é à África do Sul, país onde estão as maiores plantações de Rooibos.
Por fim, "ah, e tal, como é que é possível, participar num concurso que fomenta a inveja, que coisa tão feia, mimimimi". A sério, juízo nessas cabeças. Quem NUNCA invejou nada na vidinha que se chegue à frente. Eu passo a vida a invejar. Invejo o Manchester por ter o Ronaldo e o Benfica só ter o Nuno Gomes, invejo as minhas amigas sem celulite, invejo quem tem mais de três dígitos no salário, invejo quem gosta de ir ao ginásio todos os dias, invejo o meu namorado por ser capaz de saltar da cama às nove, mesmo ao fim de semana, invejo destinos de férias.... enfim, é um mundo de inveja que nunca mais acaba. E então? Porque é que isso tem de ser mau? Invejar as outras pessoas pelo que têm está longe, muito longe, de desejar que elas não o tenham e que sejam miseravelmente infelizes. Se têm é porque merecem, e se não merecem, problema delas.
P.S.: Quando eu for à televisão eu aviso, sim? E quando aparecer na Caras. E quando lançar um livro. E quando protagonizar um filme em Hollywood.
sexta-feira, abril 24, 2009
Dia 13 de Maio, dia abençoado, chega à SIC Radical um programa bem bom. Chama-se Esplendor de Portugal e é uma série de nove documentários sobre o que significa ser português nos dias que correm. A apresentação é do Hugo Gonçalves. E vale mesmo a pena.
quarta-feira, abril 22, 2009
É mentira, não é?
Li hoje, algures, que a Maya e as suas novas mamas aceitaram posar para a FHM. E a minha pergunta é: não há alguém com autoridade suficiente para a proibir? É que os portugueses já estão suficientemente deprimidos e transtornados com a crise, e isto pode ter efeitos irreversíveis na nossa sanidade mental. Depois sempre quero ver quem é que vai comparticipar o apoio psicológico.
Li hoje, algures, que a Maya e as suas novas mamas aceitaram posar para a FHM. E a minha pergunta é: não há alguém com autoridade suficiente para a proibir? É que os portugueses já estão suficientemente deprimidos e transtornados com a crise, e isto pode ter efeitos irreversíveis na nossa sanidade mental. Depois sempre quero ver quem é que vai comparticipar o apoio psicológico.
terça-feira, abril 21, 2009
Então e não é que fui eleita a mais invejada (ah ah ah ah ah) de Portugal (ah ah ah ah ah?)
Obrigada a todos os que votaram na minha humilde pessoa. Beijinho bom.
Obrigada a todos os que votaram na minha humilde pessoa. Beijinho bom.
domingo, abril 19, 2009
Queridos, mudei a casa
Bem, na verdade não fui só, só, só eu. Foi também o senhor pintor, e o senhor do papel da parede, que passaram o fim-de-semana enfiados lá em casa. E foi também o meu homem, esse génio das instalações eléctricas. Não estivesse eu já conquistada e teria ficado, depois de ver a mestria com que este homem pendura candeeiros (e de ter apanhado dois esticões que o iam mandando desta para melhor). Quanto a mim, contribuí com soluções decorativas, a parte mais importante do projecto, claro. A Gracinha Viterbo que se ponha a pau, que tem os dias contados.
terça-feira, abril 14, 2009
Esta manhã vi o Marco Paulo na televisão a dizer que ontem à noite estava a dar um concerto, numa terrinha qualquer, e que quando começou a cantar o "Nossa Senhora Me Dê a Mão", as nuvens abriram-se a apareceu o sol. Penso que temos entre mãos o motivo que nos faltava para o internamos. Para todo o sempre.
domingo, abril 05, 2009
Pêlo na venta e lágrima fácil
(texto publicado no Lux-Frágil, nº7)
Um estudo diz que os metrossexuais têm os dias contados e que o que está a dar agora é o neossexual, um homem que fica ali entre o troglodita e o excessivamente efeminado. Será?
Uma conhecida marca de desodorizantes achou que manter as axilas do povo arejadas e cheirosas não era missão suficientemente intrincada e, como tal, aventurou-se num projecto muito mais arrojado: perceber que tipo de homens é que as mulheres gostam. Ora para descobrir tal coisa, a marca realizou um estudo em 14 países do mundo. Portugal ficou de fora, as Filipinas entraram. Tudo bem. Podemos falar de fado e até damos uns toques na bola, mas, ao que tudo indica, homens não é o nosso forte. Paciência.
As conclusões, como quase tudo o que deriva de uma generalização massiva, deixam-me dúvidas. Primeiro ponto: 59% das mulheres dizem estar pelos cabelos com os metrosexuais. Ou seja, os homens que levam tanto ou mais tempo do que elas a arranjar-se, e que empenham mais de metade do salário em anti-rugas, máscaras faciais, sessões de solário e depilação a partes do corpo que raramente vêem a luz do dia.
Aqui balanço, porque desconfio de que estamos perante um típico caso de feitiço que se virou contra o feiticeiro. Quem é que lutou anos a fio pelo fim do champô 2-em-1 no chuveiro deles? Nós! Quem é que começou a torcer o nariz aos peitos felpudos tipo Tony Ramos? Nós! Quem é que lhes explicou que os pontos negros se podem combater? Nós! Quem é que lhes revelou as maravilhas que um bom creme hidratante pode fazer pela pele? Nós! Quem é que insistiu que não há cheiros naturais agradáveis e que o perfume é obrigatório? Nós! E agora vimo-nos queixar?
Introduzimos uma data de procedimentos na rotina higiénico-estética dos homens e, claro, eles não conseguem acompanhar tanta inovação. Tudo leva horas, tudo requer uma vida. Em média, um metrosexual daqueles mesmo à séria, deve demorar umas boas três horas até sair de casa. Imune, claro, aos gritos e lamentos da pobre mulher, que tudo o que quer é meia horinha em frente ao espelho da casa de banho para passar de monstro a bela (aquela coisa de que há mulheres que acordam frescas, penteadas e com bom hálito não passa de mito cinematográfico).
No fundo, queremos o melhor de dois mundos: homens cheirosos, macios e de boa cara, mas que o consigam fazer em tempo útil. E, sobretudo, que não falem demasiado sobre o assunto. Ouvir dois homens a discutir qual é a melhor pedicura ou a quanto é que está a lipoaspiração é meio caminho andado para um turn off irreversível.
Segunda conclusão: 80% das mulheres quer um homem sensível mas que demonstre o seu lado viril e másculo. Ou seja, um homem auto-confiante e determinado, mas que não se proíba de ter valores emocionais, e ainda que ofereça flores à sua mulher e continue a amá-la apaixonadamente. Palavras do estudo, não minhas. É que quer-me cá parecer que isto é um bocadinho como o Kinder Surpresa. São desejos a mais. 80% das mulheres quer, basicamente, tudo. Que o homem saiba o que quer da vida e não seja apanhado a ler “O Segredo”, que consiga derramar uma lágrima numa comédia romântica de domingo à tarde, que encha a casa de rosas e, já agora, que continue a acartar com os sacos das compras e que largue uns palavrões ao ver a bola, como prova da sua masculinidade. Eu, que não ando nisto há muito tempo, já percebi que na vida há que fazer opções. E sei que homens assim… não existem. Poderá haver um lá para Trás-os-Montes, dois ou três em Lisboa, quem sabe meia dúzia nas ilhas, mas não são uma espécie em abundância. E, assim de repente, que graça é que tem a perfeição? Não descamba sempre no tédio precoce?
Terceira conclusão: 85% das mulheres afirma que o que a seduz mais num homem é o beijo apaixonado, a determinação quando as levam para a cama, e a forma como as fazem sentir sensuais e desejadas. Pois, pois, tudo muito bonito, não fossem os homens (alguns, alguns) capazes das maiores patranhas para conseguirem enfiar uma mulher nos lençóis (ou no carro, ou na casa-de-banho do centro comercial). Beijos apaixonados todos conseguem, o pior é o resto. Ou melhor, o pior é o depois, quando o arrebatamento “baixou” e há que escapar de fininho, com a promessa de um telefonema em breve.
Em suma: diz o estudo que uma nova identidade sexual está a emergir, e que vêm aí os neossexuais. Ou seja, um homem que fique ali a meio caminho andado entre o troglodita e o excessivamente efeminado, que não arrote à mesa mas que também não saiba de cor mais de dez marcas de cremes. Um homem normal, arrisco eu, com todo o peso que a normalidade exige (e que é muito).
Não sei se os neossexuais vão vingar, até porque não sei se percebi bem o conceito. Suspeito que vamos estar a contribuir de forma dramática para a esquizofrenia masculina, num minuto a dizer que os queremos viris e mauzões, no minuto seguinte a dizer que têm de ser sensíveis e bons meninos. É que se já passam a vida a achar que somos demasiado complicadas e impossíveis de decifrar, temo que a partir daqui desistam. Sem passagem pela casa de partida.
(texto publicado no Lux-Frágil, nº7)
Um estudo diz que os metrossexuais têm os dias contados e que o que está a dar agora é o neossexual, um homem que fica ali entre o troglodita e o excessivamente efeminado. Será?
Uma conhecida marca de desodorizantes achou que manter as axilas do povo arejadas e cheirosas não era missão suficientemente intrincada e, como tal, aventurou-se num projecto muito mais arrojado: perceber que tipo de homens é que as mulheres gostam. Ora para descobrir tal coisa, a marca realizou um estudo em 14 países do mundo. Portugal ficou de fora, as Filipinas entraram. Tudo bem. Podemos falar de fado e até damos uns toques na bola, mas, ao que tudo indica, homens não é o nosso forte. Paciência.
As conclusões, como quase tudo o que deriva de uma generalização massiva, deixam-me dúvidas. Primeiro ponto: 59% das mulheres dizem estar pelos cabelos com os metrosexuais. Ou seja, os homens que levam tanto ou mais tempo do que elas a arranjar-se, e que empenham mais de metade do salário em anti-rugas, máscaras faciais, sessões de solário e depilação a partes do corpo que raramente vêem a luz do dia.
Aqui balanço, porque desconfio de que estamos perante um típico caso de feitiço que se virou contra o feiticeiro. Quem é que lutou anos a fio pelo fim do champô 2-em-1 no chuveiro deles? Nós! Quem é que começou a torcer o nariz aos peitos felpudos tipo Tony Ramos? Nós! Quem é que lhes explicou que os pontos negros se podem combater? Nós! Quem é que lhes revelou as maravilhas que um bom creme hidratante pode fazer pela pele? Nós! Quem é que insistiu que não há cheiros naturais agradáveis e que o perfume é obrigatório? Nós! E agora vimo-nos queixar?
Introduzimos uma data de procedimentos na rotina higiénico-estética dos homens e, claro, eles não conseguem acompanhar tanta inovação. Tudo leva horas, tudo requer uma vida. Em média, um metrosexual daqueles mesmo à séria, deve demorar umas boas três horas até sair de casa. Imune, claro, aos gritos e lamentos da pobre mulher, que tudo o que quer é meia horinha em frente ao espelho da casa de banho para passar de monstro a bela (aquela coisa de que há mulheres que acordam frescas, penteadas e com bom hálito não passa de mito cinematográfico).
No fundo, queremos o melhor de dois mundos: homens cheirosos, macios e de boa cara, mas que o consigam fazer em tempo útil. E, sobretudo, que não falem demasiado sobre o assunto. Ouvir dois homens a discutir qual é a melhor pedicura ou a quanto é que está a lipoaspiração é meio caminho andado para um turn off irreversível.
Segunda conclusão: 80% das mulheres quer um homem sensível mas que demonstre o seu lado viril e másculo. Ou seja, um homem auto-confiante e determinado, mas que não se proíba de ter valores emocionais, e ainda que ofereça flores à sua mulher e continue a amá-la apaixonadamente. Palavras do estudo, não minhas. É que quer-me cá parecer que isto é um bocadinho como o Kinder Surpresa. São desejos a mais. 80% das mulheres quer, basicamente, tudo. Que o homem saiba o que quer da vida e não seja apanhado a ler “O Segredo”, que consiga derramar uma lágrima numa comédia romântica de domingo à tarde, que encha a casa de rosas e, já agora, que continue a acartar com os sacos das compras e que largue uns palavrões ao ver a bola, como prova da sua masculinidade. Eu, que não ando nisto há muito tempo, já percebi que na vida há que fazer opções. E sei que homens assim… não existem. Poderá haver um lá para Trás-os-Montes, dois ou três em Lisboa, quem sabe meia dúzia nas ilhas, mas não são uma espécie em abundância. E, assim de repente, que graça é que tem a perfeição? Não descamba sempre no tédio precoce?
Terceira conclusão: 85% das mulheres afirma que o que a seduz mais num homem é o beijo apaixonado, a determinação quando as levam para a cama, e a forma como as fazem sentir sensuais e desejadas. Pois, pois, tudo muito bonito, não fossem os homens (alguns, alguns) capazes das maiores patranhas para conseguirem enfiar uma mulher nos lençóis (ou no carro, ou na casa-de-banho do centro comercial). Beijos apaixonados todos conseguem, o pior é o resto. Ou melhor, o pior é o depois, quando o arrebatamento “baixou” e há que escapar de fininho, com a promessa de um telefonema em breve.
Em suma: diz o estudo que uma nova identidade sexual está a emergir, e que vêm aí os neossexuais. Ou seja, um homem que fique ali a meio caminho andado entre o troglodita e o excessivamente efeminado, que não arrote à mesa mas que também não saiba de cor mais de dez marcas de cremes. Um homem normal, arrisco eu, com todo o peso que a normalidade exige (e que é muito).
Não sei se os neossexuais vão vingar, até porque não sei se percebi bem o conceito. Suspeito que vamos estar a contribuir de forma dramática para a esquizofrenia masculina, num minuto a dizer que os queremos viris e mauzões, no minuto seguinte a dizer que têm de ser sensíveis e bons meninos. É que se já passam a vida a achar que somos demasiado complicadas e impossíveis de decifrar, temo que a partir daqui desistam. Sem passagem pela casa de partida.
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