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quarta-feira, novembro 26, 2008
Vivás noivas!

Eu sabia que algum dia esta brincadeira ia começar, e parece que 2009 foi o ano escolhido. Assim de repente, já tenho quatro casamentos agendados. E começa-se logo em Janeiro, que é para ganhar balanço para o resto da época. Quatro amigas que vão dar o nó e que andam loucas com vestidos, e quintas, e copos-de-água, e listas de convidados. E eu fico já com o estágio feito, porque espero que elas estejam a recolher todo um conjunto de informações úteis para a minha boda. O grande problema nisto dos casamentos é que sei tudo o que NÃO quero. Pior é saber o que quero. Senão vejamos:

- Não quero um vestido cai-cai. Os últimos 34 casamentos a que fui lá se apresentava a noiva no seu cai-cai, seguramente a pensar que tinha sido a única no planeta das noivas a lembrar-se de tão original ideia. E todas elas, quando confrontadas com este dado, alegam sempre "ai, não, mas meu cai-cai era completamente diferente dos outros todos". Não era, filha, não caias(-caias) - perceberam o nível da piada? -nessa ilusão.

- Não quero meninas (nem meninos) das alianças. Toda a gente sabe como a criançada é, adoram protagonismo, todos os olhos postos nas suas parvoíces. Está bom de ver que até chegarem ao altar já se atiraram para o chão quatro vezes, já rebolaram, já espernearam, já engoliram as alianças. Enfim, dispensam-se. Aliás, o casamento ideal seria vetado às criancinhas, mas pronto, parece que não pode ser.

- Não quero um casamento que comece às onze da manhã. Não há cu para passar o dia inteiro em festarolas alheias, a enfardar croquetes e lampreias de ovos (ainda que eu seja fiel consumidora de ambos). Às três da tarde já está tudo a bocejar, a tia-avó a dormitar na mesa (depois de ter trocado os sapatos de festa pelas pantufas), tudo a pensar quando é que será socialmente correcto ir dizer aos noivos "está-se a fazer tarde, temos que ir andado, que até casa ainda são uns dez minutos. Casamentos ao final da tarde é o que está a dar, com festas pela noite dentro. Se puderem não abusar das bebedeiras, também se agradece muito. Não quero ver gajos de gravata na testa a tentarem sacar as minhas amigas.

- Não há cá fotos com os noivos. "Agora com os pais, agora com os avós, agora com estas pessoas que não conhecemos e desconfiamos que se infiltraram no casamento (ou isso ou são pessoas a quem os pais dos noivos devem favores". Sempre com aquele sorrinho amarelado e uma fila de gente que nunca mais acaba. No meu casamento haverá fotografias de momentos, tiradas por um qualquer fotógrafo pouco convencional. E as fotos dos amigos, as melhores. Também não haverá fotos em casa dos noivos, tipo a noiva ao piano ou estendida na cama de solteira, ou o noivo com o pai a fazer-lhe o nó da gravata. No entanto, alegrem-se, vamos tentar contratar a águia Vitória para esse dia, e poderão tirar fotos com ela.

- E já que se fala em casa, podem esquecer aquela coisa tão bonita e portuguesa que é "ir comer qualquer coisinha" a casa dos pais dos noivos. Meus amigos, já vão passar a maior parte do dia com a barriga encostada à mesa, por isso sosseguem ou comam a tal "qualquer coisinha" nos vossos próprios lares.

- Esqueçam o leilão da liga da noiva, que sempre me pareceu uma coisa um bocado a atirar para o aprostituzado. Fico sempre a pensar que o vencedor é um qualquer parente afastado, com mais de 54 anos, que vai para casa cheirar a liga e fazer sabe-se lá mais o quê. Não quero cá disso.

- Os convidados não serão presenteados com charutos (poupa-se aquela cena deprimente dos homens se juntarem todos a fumar, incluindo aqueles que nem nunca experimentaram um cigarro) , mini garrafas de wiskey ou saquinhos de pout-pourri. Ainda não sei o que será, mas terá que ser ligeiramente mais original (tipo... nada!).

- No meu copo de água não passará o Apita o Comboio nem se abrirá a pista com uma valsa. Ah, e quem bater com os talheres terá convite imediato para abandonar a sala, que não há nada mais irritante. Se, ainda assim, insistirem, os responsáveis pelo catering terão toda a liberdade para substituir a loiça por pratos e copos de plástico. Portam-se como crianças, são tratados como crianças.

- Se no dia do casamento houver jogo do Benfica, os convidados estão autorizados a levar rádios e obrigados a comunicar o resultado aos noivos, mesmo que seja a meio da cerimónia.

- Não quero variações moderninhas da aliança tradicional, nisso sou old-fashioned. Tem que ser de ouro amarelo, nem muito grossa, nem muito fina. O básico. Nada de ouros brancos, risquinhas, ondinhas, bonequinhos ou alianças achatadas.

- Escusam de andar à procura das fitinhas ou dos balões para pendurar na antena no carro. Não serão disponibilizados, até porque nos damos com pessoas suficientemente inteligentes e autónomas para conseguirem dar com o sítio do copo-de-água sozinhos, sem terem que seguir a manada. Ah, e também se agradece que vão em silêncio e se esqueçam que o carro vem dotado de buzina. É tão bonito o silêncio.

- Durante o copo de água não quero ficar sentada numa espécie de tribuna presidencial afastada da verdadeira animação. Aquela coisa dos noivos ficarem numa mesa corrida com os pais e os padrinhos, com o ar mais infeliz do mundo e a acenarem à multidão de vez em quando, é coisa que me faz espécie. Quero ficar numa mesa igual à de toda a gente, com os amigos.

- Não quero lombo de porco com ameixas, bacalhau no forno com puré, nem canja de aves. Também não teremos um bolo de 15 andares, em maçapão branco e com noivos no topo, e muito menos será cortado de mãos dadas com o noivo enquanto rebenta fogo de artifício nas nossas costas ao som da música do Titanic. Cruzar os bracinhos para beber champanhe... também é estúpido.

- Por último, não quero ser conduzida à igreja num Mercedes decorado com rendas. O que eu queria mesmo era ir a guiar o meu Pipoca Mobil até lá.

Porque hoje tu precisas..

segunda-feira, novembro 24, 2008

... e porque eu estou aqui. Todos os dias. Na Lisboa que Amanhece.

sexta-feira, novembro 21, 2008
Alguém pode explicar ao meu homem que bombazine é um tecido muito giro...

... se vivêssemos em 1986?
quinta-feira, novembro 20, 2008
São três da manhã

E dei por mim, rodeada de apontamentos, a pensar em que exacto momento da minha vida é que achei que seria uma ideia muito gira fazer um mestrado. É que nem sequer posso argumentar que foi uma decisão motivada pelo álcool. Foi pela parvoíce mesmo.
quarta-feira, novembro 19, 2008
É a ironia, estúpidos!

Muito mal vai um país quando a líder do maior partido da oposição sugere que se devia viver seis meses sem democracia para pôr tudo na ordem, e rapidamente se torna em vítima de linchamento em praça pública. Oh, senhores, era piada. Brincadeirinha. Ironia da grossa. Ou da fina, neste caso, já que poucos a perceberam e muitos a souberam subverter. E de repente entra-se num efeito bola de neve de dimensões grotescas. "Iiiiiihhhhh, ouviste o que a Manela disse? Que devíamos voltar aos tempos do fascismo! Xiiiiiii! Ela queria era o regresso do Salazar e das perseguições pidescas". A encabeçar o chorrilho de disparates e de pouca sensibilidade para a ironia, esteve o presidente do grupo parlamentar do PS, Alberto Martins, ao afirmar que as declarações de Manuela Ferreira Leite "são antidemocráticas, reveladoras de uma cultura autoritária e de ausência de cultura cívica", e que "só quem não sabe o que foi a ditadura pode admitir intervalos lúcidos para a democracia". A sério, o senhor não disse isto, pois não? E se disse, não era a sério, pois não?
E agora, está bom de ver, virão de lá os velhos do Restelo costumeiros, dizer que ainda que fosse ironia, há coisas com as quais não se brinca. Podem vir os Gatos Fedorentos deste mundo brincar com os ciganos, com a igreja, com os deficientes, com o cabelo do Paulo Bento, com os gays e com a fome em África, mas com a democracia, isso é que não senhor. Shame on you, Manela, que foste irónica.
terça-feira, novembro 18, 2008
Como já cinquenta e sete pessoas me intimaram para responder ao desafio que se segue, e porque gosto muito de desafios (quanto mais parvos, melhor), aqui vai. A ideia é que publique uma foto minha (tá bem, tá) e que responda ao seguinte questionário só com nomes de músicas de uma banda por mim escolhida. Escolhi Frank Sinatra. O resultado é este:


1) És homem ou mulher? Luck be a Lady

2) Descreve-te: Ain't she Sweet?

3) O que as pessoas acham de ti? How Insensitive

4) Como descreves o teu último relacionamento: Bang Bang (My Baby Shot Me Down)

5) Descreve o estado actual da tua relação: I've Got You Under my Skin

6) Onde querias estar agora? New York, New York

7) O que pensas a respeito do amor? You'll Never Walk Alone

8) Como é a tua vida? The Best is Yet to Come

9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Fly Me to the Moon

10) Escreve uma frase sábia: Don't Wait Too Long

Diz o regulamento que tenho que passar isto a outros desgraçados. Escolhi só homens, para ver que tal se safam (e sob pena de ficarem impotentes para o resto da vida caso ignorem o desafio... it's up to you, boys):

- Carrinho de Choque
- João Tordo
- O Arrumadinho
- Essays on Idleness
- Kitsch Boulevard
terça-feira, novembro 18, 2008
Triumph, uma vez mais

Confesso que vibro com as campanhas da Triumph e aguardo, em ânsia, pela próxima. É que são sempre tão reais e o sentimento de identificação é sempre tão grande, que uma pessoa revê-se. "Olha, sou eu! Ah, não, é a Cláudia Viera semi-nua. É que parecia mesmo que era eu". Com as campanhas da Triumph a primeira coisa que apetece a uma mulher é arrancar a roupa e ostentar a sua lingerie com orgulho. Melhor, é correr para casa e dedicar-se às tarefas domésticas, sempre em lingerie, obviamente, e quanto mais sluty melhor, para dar outro vigor à coisa. É que não há nada como lavar o chão, passar a ferro, sacudir tapetes ou arear pratas com um cinto de ligas. Pelo menos para os maridos, que muito devem apreciar o panorama (dependedo, claro está, dos corpinhos que envergam tais trajes).

Ora bem, a nova campanha da Triumph vem no seguimento das outras: Cláudia Vieira, em todo o seu esplendor, exultante de alegria, "ai, tão bom que é ser mulher", e pronta a fazer aumentar a taxa de acidentes rodoviários.

Ficam dois exemplos:


"São mamas, senhor, são mamas"

A Triumph decidiu atribuir a este anúncio o nome de "Rainha Santa". Ora quem deve estar muito feliz com isto é a nossa igreja. Quer-se dizer, andou Isabel de Aragão a transformar pão em rosas para ajudar os pobrezinhos, foi até beatificada e canonizada de tão boazinha que era, e depois acaba-me reproduzida num outdoor, de lingerie vermelha, ar lascivo e tudo ao léu. Muito bonito.

"Tão bom que é dar de mamar a putos ranhosos"

Mais um brilhante golpe publicitário. Desta feita, o nome escolhido foi "Rainha Mãe" (que, ao que tudo indica, não deve ter sido inspirado na Queen Elizabeth- espero). Gosto de ver Cláudia Vieira feliz, excitadinha, cara laroca, barriga lisa, debruçada sobre um berço... que toda a gente sabe que a seguir ao parto tudo o que apetece a uma mulher é exibir as suas formas tonificadas em lingerie sensual. Tenho para mim que os próprios putos devem ficar excitados com uma mãe que se passeia pela casa assim...não sei se será lá grande ideia, mas tudo bem.

Resta-me apenas esperar que os homens deste país se sintam inspirados e desatem a comprar lingerie para as suas mulheres (Triumph, ou outra qualquer - Homem da Pipoca, se me estás a ouvir, dá um saltinho à La Perla, sim?). O grande problema é que eu acho que mais depressa eles vão a correr para casa brincar com a pilinha, enquanto pensam na Cláudia Vieira, do que a uma lojinha de lingerie. Desconfio.
terça-feira, novembro 11, 2008
Hoje, depois de muita pedinchice, a A. ofereceu-me o Poemário 2009

E por isso, depois de muita procura, escolhi o poema mais bonito para ela:

"Como dava beijos lentos, duravam-lhe mais os amores"
Ramón Gómez de la Serna

E fica a promessa que, durante um ano, terás poemas todos os dias.
terça-feira, novembro 11, 2008
He's the one (is he?)

Num dos comentários aqui deixados uma leitora perguntava "como é que se sabe que ele é o tal?". Ora a resposta é do mais fácil que há: não se sabe. Pelo menos, eu não sei. Peço desculpa se defraudo expectativas, se estavam à espera de uma resposta muito elucidativa e que vos resolvesse a vidinha, ou que eu vos descrevesse aquele momento em que se olha para uma pessoa e se tem uma epifania, mas a verdade é mesmo esta: não sei.
Isto porque houve uma altura em que eu achei que sabia. Houve uma relação em que eu descansei. Ali a certa altura pensei "pronto. Cá está. É ele. A minha busca acabou. Aqui está o homem ao lado do qual ganharei bonitas rugas de expressão, devidamente atenuadas por cremes e botox". Porque é que eu pensei isto (que era ele, não a parte do Botox), não sei. Quer dizer, sei. Houve ali todo um conjunto de valores que me fizeram olhar para o jovem em questão e pensar que, sim senhor, tinha o que era preciso para me acompanhar vida fora. Coisa que eu nunca tinha pensado a respeito de ninguém, por isso achei que aquilo devia ter algum significado. O grande problema nesta história tão bonita é que só eu é que achei que era para a vida. Porque ele olhou para mim e também achou que era para a vida, mas só para uma parte da mesma, que a vida toda era muito tempo. E pronto, adeus certezas, adeus grande amor, adeus casamento, adeus tango do Gardel a abrir a pista de dança.
Foi nessa altura que eu percebi que as certezas não têm grande importância nisto dos amores. Muito menos nos amores que se querem eternos. E também percebi que o amor nos tolda um bocado a capacidade de discernimento. Hoje olho para trás e, continuando a achar que era um moço de valores que muito estimo e aprecio, também sei que havia ali muita coisa em falta e da qual não seria capaz de voltar a abrir mão. Logo, não podia ser ele, the one. E, no entanto, parecia mesmo que era.
Entretanto, e contra todas as expectativas, uma nova relação surgiu. E eu gostava de afirmar convictamente, de jurar aqui pezinhos juntos, que agora é que é. É ele, não há cá margem para dúvidas. A única questãozinha é que já achei que era. E depois foi-se a ver e não era. E por isso, agora, prefiro pensar isso dia após dia, que o meu coração não tem estofo para mais desilusões XL. Assim como numa espécie de alcóolicos anónimos de assuntos do coração: um dia atrás do outro. Hoje sei que é ele. Hoje sei que é ele. Hoje sei que é ele. Hoje sei que é ele. Hoje também sei que é ele. E assim sucessivamente. Claro que ajuda ele ter 1250 coisas que fazem com que possa ser ele, sem dúvida (estou até preocupada, ainda não encontrei nada odioso). E assim, dia após dia a saber que é ele, vai-se a ver e um dia até estamos casados. Parece-me a única maneira sensata de ver se é ele. E se não for... bolas, enganou-me bem.
terça-feira, novembro 11, 2008
Se eu tiver passado a Finanças, foi um milagre que se deu.

E nunca na vida eu quis tanto acreditar em milagres. Vá lá, vá lá, vá lá.
sábado, novembro 08, 2008
Amor é...

... ele passar o concerto de Nouvelle Vague a apertar-me o crânio para ver se as dores de cabeça passavam. Embora, para quem estivesse a assistir à cena, pudesse parecer que ele me estava a exorcizar.
quinta-feira, novembro 06, 2008
Tão perto que deu para cheirar os falhanços do Nuno Gomes
quinta-feira, novembro 06, 2008
Há tempos uma leitora perguntava, via mail, onde é que se encontravam homens interessantes em Lisboa. Ora eu, que andava mais deprimida que uma ratazana de esgoto, de coração estraçalhado, optei por não responder. Não por má vontade, apenas por não saber. Aliás, se soubesse eu própria punha fim à travessia no deserto que já durava há meses largos. A verdade é que eu acho que os gajos interessantes, em Lisboa em particular e em todo o nosso Portugal em geral, são uma espécie em vias de extinção. E ou uma pessoa assume esta triste realidade e deixa o trabalho para dedicar a vida a encontrá-los, ou mais vale desistir logo e contentar-se com um ser menos interessante. A partir de uma certa idade é difícil conhecer gente, essa é que é essa: já não há faculdade e festarolas todas as semanas, já se conhecem todos os amigos dos amigos, já se saiu com todos os amigos e com todos os amigos dos amigos, relações no trabalho são má ideia, conhecer gente via net é perigoso (para não dizer parvo, vá), nos mestrados e pós-graduações está tudo muito concentradinho no trabalho, por isso... onde raio se conhecem pessoas novas? Onde é que elas vivem? Até se vê um ou outro espécime interessante (ou seja, giro) na noite, mas onde é que eles páram durante o dia? E o pior é que isto piora com o avançar da idade. Não quero estar aqui a pôr pressão mas, minhas amigas, tic-tac-tic-tac, o relógio não pára.
No meio desta história entram aqui vários conceitos importantes. O primeiro, é o da disponibilidade. Se uma pessoa não estiver muito voltada para relações, se ainda estiver a pensar em tempos que já vão, o mais provável é que não vá achar graça a ninguém que se aproxime. Até um cafezinho (Nespresso) com o George Clooney, o Clive Owen e o Jude Law (todos ao mesmo tempo, para surtir mais efeito) nos fará sono. Digo-o por experiência própria, que ao longo de oito ou nove meses tive dates bocejantes, daqueles em que só olhava para o relógio e, ao fim de meia hora, já dizia "está a ficar fresquinho, não é? Estes meses de Julho estão cada vez mais esquisitos. É capaz de ser melhor irmos andando". Cheguei a combinar com uma amiga que se lhe desse um toque ela me devia ligar a dizer que tinha acontecido uma qualquer catástrofe mundial que me obrigaria a sair dali de imediato. E eles não eram maus moços, que não eram, eu é que tinha a cabeça noutras paragens e toda a gente me parecia extremamente aborrecidazinha e maçadora.
Bom, e aqui entra em jogo outro conceito importante: o de interessante. Coisa subjectiva e difícil de definir. É que há muita gente que se queixa que não há nada mas, no fundo, é é esquisitinha. Eu não queria nada de muito especial. Só um homem que me fizesse rir. E que fosse inteligente. E interessado. E giro, já que se está a pedir. E que gostasse de cinema, e música e livros e viagens. E que fosse um fervoroso adepto benfiquista. E que me conseguisse surpreender. E que não viesse já com bicho (que é como quem diz, cheio de problemas e coisas complicadas e mal resolvidas). E que não tivesse dificuldade em sonhar e fazer planos de vida. E, porque não, que se ajeitasse na cama. Coisas simples, no fundo, e que ninguém me parecia ter. Aliás, a minha descrença era tão grande que fiz uma aposta em que ia ficar dois anos sem namorado. Um ano já estava quase passado, por isso não havia de ser tarefa difícil.
A questão é que uma pessoa vai crescendo e vai-se deixando de merdas. Se homens interessantes escasseiam, amores à primeira vista, ainda mais. E ao descartarmos pessoas ao fim de cinco minutos com justificações tão pertinentes como "ele tinha uns ténis Puma, prefiro Nike" ou "ele é do Norte, não me dou bem com o frio", lá se vai uma potencial pessoa interessante. Também não estou aqui a dizer que nos devemos remediar com um qualquer totó, que antes isso que a solidão eterna. Digo é que é preciso abrir horizontes e conceder oportunidades. Ele há surpresas que uma pessoa nem sonha. A primeira vez que vi aquele que se auto-intitula "o homem da Pipoca" foi na noite de Santos. Não lhe achei gracinha nenhuma. Divertidozinho, engraçadinho, mas não ficou na minha mente. Não me fez bater o coração com mais força, não me fez ter vontade de querer saber mais. E passaram-se meses. Nunca mais o voltei a ver, nunca mais pensei nele. A segunda e a terceira vez que o vi foi por questões de trabalho. Não houve clique, não houve chama, não ouvi sinos, não vi a luz. Era só trabalho. Mas a quarta vez que o vi, a vibrar à séria com um Benfica-Sporting, com prateleiras a rebentar de livros e DVDs e, melhor ainda, sem me ligar nenhuma nem se fazer a mim (nunca se tinha feito), aí o coração parou-me por momentos (uma espécie de mini AVC à Margarida Rebelo Pinto). E vi outra pessoa. E quando, ao final da noite, chegou uma mensagem, a primeira, percebi que queria receber mais. E que queria saber mais. E perceber que aquele gajo, pelo qual não dei nada à partida, até tem mil coisas que gosto e que têm a ver comigo. E que era o oposto a tudo aquilo a que estava habituada. E que merece, por tudo, o título de "homem da Pipoca".
Por isso, caras leitoras à beira da desistência, aguentem mais um bocadinho e olhem à volta, que isto às vezes nunca se sabe, e o amor à quarta vista funciona tão bem ou melhor do que à primeira.
quinta-feira, novembro 06, 2008
Resultado passatempo Salsa/Pipoca


Et voilá! Depois de um duro e exaustivo processo de análise de todas as frases a concurso (85!!), a Salsa e a Pipoca já elegeram as vencedoras. Sem mais demoras, aqui ficam elas:

"Erguem firme e orgulhosamente
Como que foram desenhadas para mim,
Serão da Salsa? São, obviamente...
A Pipoca aprova certamente

Pois só as Wonder ostentam as curvas da mulher assim"
Ana Rita Cabral- São Miguel, Açores

"Com as Wonder da salsa ficará com o rabinho no sítio tão depressa como o estalar de uma pipoca!"
Ana Melo, Lisboa

Agradeço às vencedoras que me façam chegar a vossa morada, está certinho?

Obrigada a todos os que participaram, e nada de desmotivações, que haverá mais passatempos onde poderão brilhar, está bem?
quarta-feira, novembro 05, 2008
Eu odeio Finanças para Marketing.

Disse odeio? Menti-vos. Abomino. Acho nojento. Dá-me vómitos. Vómitos daqueles que se traduzem, inclusivamente, em vomitado verde e cheio de restos de comida. Rácios, e balanços corrigidos, e balanços funcionais, e activo, e passivo, e rendibilidade, e ciclos, e gestão de stocks, e exploração, e um professor que despacha a matéria ao melhor estilo Vanessa Fernandes no triatlo. Um tirinho. E eu, que não me tenho por (muito) burra, saio das aulas a achar que sou um ser totalmente acéfalo, e com dores de cabeça daquelas tão fortes que só se podem transformar em cancros (assim, no plural). Tenho exame na segunda e, a menos que se dê um milagre e o Teixeira dos Santos baixe em mim (salvo seja), não vislumbro a mais remota hipótese de passar a esta merda. Pode ser que escrever o nome completo na folha de teste dê direito a pontos. Caso contrário, cheira-me que vou ter um zero redondinho.

P.S.: Senhor professor de Finanças, não é que deseje o seu mal, mas espero sinceramente que a constipação que hoje o assolava evolua para pneumonia. Daquelas fraquinhas, mas suficientemente fortes para o deixarem prostrado um bom par de meses.

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