Pub SAPO pushdown

quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Por motivos de ordem técnico-emocional este espaço está encerrado por tempo indeterminado. Pedimos desculpa pelo incómodo causado. Prometemos ser breves, mas não é garantido.


Merci

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Aos que tiveram a paciência de ler o post aqui de baixo. Aos que comentaram. Aos que até mandaram mails.

E agora vou ouvir esta musiquinha em repeat até vomitar.

Ou até esgotar o saquinho lacrimal.

terça-feira, fevereiro 26, 2008
Acabar. Recomeçar.

Quem acaba uma relação conhece todo o processo que se lhe segue. Pode ser mais ou menos difícil, mais ou menos doloroso, mais ou menos complicado, mas a coisa não varia muito de caso para caso. Há o período das lágrimas (claro que isto depende muito de quem põe um ponto na relação), da falta de vontade de comer, da sensação de injustiça, das perguntas dramáticas ("porque é que ninguém gosta de mim, porquê, porquê?", "o que é que eu fiz para merecer isto?"), das certezas categóricas ("éramos feitos um para o outro", "se não for ele/a não é mais ninguém", "a minha vida sem ele/a não faz sentido"), e das promessas imperativas ("nunca mais me vou apaixonar", "nunca mais vou sofrer por amor", "nunca mais vou apostar tanto em alguém", "nunca mais quero uma relação").

Esta fase tem uma duração indeterminada, com picos de humor. Nuns dias pensa-se que a coisa está mais que ultrapassada, que foi melhor assim, que muitas outras oportunidades surgirão, que ainda bem que aquilo acabou porque, afinal, já nem se era assim tão feliz quanto isso e ainda há tanta gente nesse mundo para se conhecer, que somos pessoas muitíssimo especiais e que se ninguém dá valor a isso, azarucho. E há outros em que a tristeza nos acerta em cheio, tipo camião, baaaam, e se volta ao choradinho de sempre e ao nó no estômago (bem bom para a dieta), e às saudades, e à vontade de reconciliação, e ao sentimento kalimeriano ("devo ser mesmo uma merda para ninguém gostar de mim"). Às vezes estas variações de humor nem sequer duram dias. Em 24 horas passa-se por verdadeiras montanhas-russas emocionais, ai que agora estou tão bem, ai que agora estou tão na merda, numa esquizofrenia pegada.

Pelo meio disto, vai-se dando ouvidos a quem nos rodeia. Sim, que em alturas destas toda a gente tem sempre uma opinião a dar, sempre muito acertada, sempre muito segura, sempre muito "vai por mim que eu é que sei". E se uma pessoa não tiver dois dedos de testa (eu não tenho, lamento) para fazer uma triagem acertada de tanto conselho, acaba por dar em louca. Liga-lhe, não lhe ligues, mantém-te presente, afasta-te de vez, não percas a esperança, esquece que ele existe, faz uma surpresa, sê fria e bruta, sê querida e amiga, dá-lhe desprezo, mostra-te compreensiva, fura-lhe os pneus, ainda te vai surpreender, sempre soube que era um traste, dá-lhe espaço, não abras mão, ele volta, ele deve é ter outra.

Enquanto se pensa na atitude certa a adoptar, há dois caminhos a seguir:
1) Ficar em casa, entregue à solidão, com uma caixa de Kleenex ao lado, o dvd a passar comédias românticas que enfatizem ainda mais o drama que é a nossa vida. Recusar programas para sair, olhar para o telemóvel a cada 4 segundos, pensar que pode estar avariado e que é por isso que não toca, dar um salto à net para espreitar o messenger, voltar para cama e chorar mais um bocadinho. Tentar dormir para o tempo passar mais depressa. Acordar, não ver sinal de mensagem no telemóvel, voltar a chorar. Sair da cama apenas para o reabastecimento de lenços de papel. E para espreitar o messenger.
2) Ocupar todos os segundos do dia, agendar saídas de segunda a domingo, estar sempre a perguntar aos amigos se não há planos, marcar fins-de-semana, projectar viagens, ir dando sempre uma vista de olhos ao telemóvel, que isto nunca se sabe, quando uma pessoa menos espera é quando ele toca. Se o telemóvel puder ficar em casa, tanto melhor.
3) Eu sei que disse que havia dois caminhos a seguir, mas afinal há três, que é um misto dos dois primeiros. Conforme a disposição do dia, apetece que ninguém nos diga nada e nos deixem morrer sozinhos, numa valeta, ou então dá-nos para a hiperactividade e para a tal necessidade de estar sempre a fazer coisas para ocupar a mente.

Depois é o regresso ao mercado, que é como quem diz, voltar a ter encontros. Isso pode acontecer ao fim de uma semana ou só ao fim de muitos e penosos meses, conforme o nível de auto-estima e depressão. Quando se está infeliz e miserável pensa-se que é mesmo disso que se precisa. Novas pessoas, novas caras, novos corações, novas teorias, novas gargalhadas (ou então não, finca-se pé na tal ideia atrás referida que se não é ele/a então não é mais ninguém, e não há volta a dar). E, quando se está melhorzinho, também.
Quando uma relação acaba o universo põe-se em movimento. Pensa-se em casos passados, dá-se uma vista de olhos à lista de contactos, fazemos um esforço de memória para pensar em quem é que nos arrastou a asa nos últimos seis meses. As amigas percorrem a lista de conhecidos que podem ser potenciais novos amores. Pedem aos maridos e namorados que arranjem alguém para a amiga encalhada. "Eh pá, tinha alguém mesmo perfeito para ti, mas parece que arranjou namorada há dez minutos. Que pena". Ou "não arranjes ninguém, tenho o homem da tua vida. Tem 1,50m... há problema?".

Voltar ao mercado dá trabalho. Não só porque as exigências são cada vez maiores (a minha lista, pelo menos, é interminável), mas porque, e sobretudo, também há cada vez menos gente que corresponda àquilo que se quer. E também há muito, mas menos muito pachorra. Descobrir alguém é a melhor coisa do mundo. Os primeiros cafés, jantares, idas ao cinema. Os primeiros beijos, se a coisa correr mesmo muito bem. Mas também dá uma trabalheira desgraçada, e acho que é isso que me faz pensar que mais vale ir directamente para freira carmelita. Voltar a contar a nossa vida toda, os nossos gostos, os nossos objectivos de vida, em que infantário se andou. O bom de uma relação de algum tempo é que já se conhece a outra pessoa, já há cumplicidade, intimidade, compreensão, amor e amizade. Voltar recorrentemente à estaca zero é extenuante, é como se nos enfiassem numa montra e agora vá, vende-te, explica lá mais uma vez porque é que és uma boa escolha para a vida, porque é que alguém deve pegar em ti e levar-te para casa.

Quando uma relação chega ao fim (é disso que se tem estado a falar, só para não perderem o fio à meada) é fácil cair no desespero. Marcar 4 encontros por semana, fazer sexo tresloucado com o(s) primeiro(s) que se chegar(em) à frente, procurar o amor em cada esquina, dar com a cabeça nas paredes, ficar ainda mais miserável e só do que aquilo que se estava antes porque, já se sabe, tentar substituir o amor por sexo raramente tem bons resultados práticos. Claro que há aqueles casos muitíssimo raros e exóticos (eu conheço um ou outro e são a minha fonte de esperança e inspiração) de gente que acaba uma relação com alguém por quem era capaz de morrer e, ao fim de uma semana, tufas, aí está um novo amor, ainda maior, correspondido e que pode ser muito bem O verdadeiro amor, the one and only.

E há quem seja mais calmo, ponderado, seja porque acredita nas virtudes do tempo e das atitudes racionais, seja porque ainda tem esperança que a antiga relação renasça das cinzas. Vai ficando ali, "não, obrigada, não aceito sair contigo porque ainda não ultrapassei toda a minha dor, o meu período kármico, e não há qualquer possibilidade de me vir a interessar por ti nem por ninguém, pelo menos nos tempos mais próximos. Desculpa". E, óbvio, há quem não seja nem tanto ao mar, nem tanto à terra, e que, mesmo achando que dificilmente se voltará a encontrar alguém especial a curto prazo, também não fecha portas, mais não seja porque fazer amigos é sempre bom, mais não seja porque dar um ou outro beijinho na boca é bom e faz bem à saúde (sem compromisso algum), mais não seja porque se não se conhecer gente nova e não se fizer por isso, então é que não há mesmo possibilidade de o amor bater à porta e nós estarmos lá para abrir, knoc knoc. Gosto de acreditar que estou neste lote, o das pessoas relativamente equilibradas mas prontas a cometer uma qualquer loucura, se se proporcionar, se me apetecer, porque não?

O que eu sei, à conta de tantas vezes ter pegado no coração e o atirar contra uma parede, é o que toda a gente sabe mas poucos acreditam. Tempo. É a cura, é a solução, é a luz ao fundo do túnel. O que se vai fazendo com ele é que é pior. Eu não sou exemplo para ninguém, que tantas vezes (vezes demais) tenho preferido usar o tempo para me impacientar e lamentar a minha sorte, em vez de me dedicar a pensamentos e atitudes mais positivas. Mas, de alguma forma, a coisa mudou. A cada desgosto de amor já não tenho vontade de cuspir no olho de cada ser que me diz "isso vai lá com o tempo. Tudo passa, tudo se esquece. Isso agora é tempo". Pois é. E é um alívio saber disso (o que é diferente de achar que é fácil viver com isso). Perfeito, perfeito era se se soubesse QUANTO tempo. Quanto tempo até voltarem as borboletas no estômago (em vez do cabrão do nó), até já não se ter vontade de gritar a quem nos amarfanhou a alma (só se tem vontade de gritar e dizer coisas más enquanto ainda se gosta, depois já nem nos lembramos disso), até se saltar da cama com vontade, até se estar pronto para partir a cara mais uma vez. Ou talvez não, que há relações de sorte.
terça-feira, fevereiro 26, 2008
Fecha-se uma porta...





...abrem-se mil iguais a esta
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Óscares 2008

Foi mesmo fixe, senhores da Academia. A sério que sim. Ainda bem fiquei acordada até às cinco da manhã para ver o No Country For Old Men, um filme que ainda não estreou cá, sacar os prémios principais. Se não fosse o Ratatui a ganhar o filme de animação (e o Daniel Day Lewis, vá, não vamos ser injustos) e isto tinha sido a miséria total. Já não há factor surpresa, já não entradas em palco delirantes, já não há discursos daqueles de arrepiar. Uma tristeza. Não me voltem a convidar, que se é para isto não vale a pena.


Mas vamos ao que interessa: as farpelas das estrelas. Que, diga-se de passagem, estiveram ao mesmo nível, da cerimónia. Fraquinhas. Digo desde já que, ao contrário do outro ano, nesta gala não houve nenhum vestido que me tirasse a respiração, que me fizesse guinchar "eu quero, eu quero" (como o da Penélope e o da Kidman, o ano passado). Se o ano passado imperaram os tonzinhos mortos (beges, amarelinhos, and so on), este ano, tirando um caso ou outro, foi um desfile entediante de pretos. E vermelhos. E vestidos só com uma alça. Bocejo.

Mais uma vez, isto vai dividido em categorias, que é mais simples. Comecemos pelos...


Vestidos simplesmente odiados


Tilda Swinton. Sim, ela subiu ao palco para receber o Óscar enfiada nesta versão moderna do saco do lixo. Pavoroso.























Amy Adams, ou " eu gostava mesmo era de ser a Nicole Kidman, mas estou longe, longe"


















Julie Christie. Eeeerrr... que luvas são aquelas, senhora?





Esta mulher faz-me O Diabo Veste Prada e depois aparece-me assim, ao pior estilo divindade grega. Blarrrrghhhh!































Jennifer Hudson. Eu juro que achei que depois do ano passado ela se ia redimir, mas não. Voltou a apostar no cavalo errado. E aquelas mamas, meu Deus...





Eu juro! Juro que tentei gostar do vestidinho sereia da Cotillard, mas não consigo. É muito escamado, muito almofadado, a cor também não ajuda. Não odeio, que não odeio, mas também não tinha lugar em mais nenhuma categoria.












Pirosos ao quadrado




Daniel Day Lewis e esposa. Que engraçado, tudo neles é mau.
































Michael Moore e a sua senhora







Vestidos "achámos que com uns adereços em cima isto se compunha e ninguém topava que isto é um vestido que já tinhamos lá para casa há uns bons dez anos"


Ellen Page. Parece que foi directa das filmagens do Juno para ali. Ondulou o cabelo no BabyLiss e está a andar.

























Nicole Kidman. A primeira desilusão da noite. Depois do modelo vermelho maravilhoso do ano passado, este ano sai-se-me com isto. Está bem que está grávida, mas não é desculpa.













Vestidos "vamos dar o benefício da dúvida à espera que para o ano haja melhorias"






Cameron Diaz, uma fiel adepta do "em equipa que ganha não se mexe". O trapinho do ano passado era quase igual. Tá normalzinha...









Izzie, Izzie, Izzie... tudo bem, foi a tua primeira vez nos Oscarinis, não saíste muito do Seattle Grace, está certinho. Desta vez, e só desta vez, eu vou perdoar o ar aprostituzado, o baton, e o cabelo à Márilin. O vestido escapa. Tirava-se aquela bola no ombro, mas vá.... Esperamos mais de ti para o ano, ok?










Assim que a vi na televisão achei que tinha entrada directa para os piores do ano, mas hoje, com menos sono, o estilo hippie-chic já me pareceu melhor. É outra que está grávida, por isso dá-se o devido desconto, mais não seja por já ter dado provas daquilo que é capaz em outras edições.








Penélope, mi hija... Eu, que nunca fui muito à bola contigo, elegi-te o ano passado, com aquele lindo vestido suspiro, e este ano sais-me à rua com isto, esta espécie de reposteiro chique. Não é de te espancar, que não é, mas a seguir à Nicole foi a segunda grande desilusão da noite. A Pipoca está muito triste contigo. Muito triste.








Estilo ao quadrado

O casal Forest Whitaker. Muito queridos. Adorei.




















Vestido "se já estás assim em pequena, imagina-se o que para aí vem"


Saoirse Ronan






















Vestido "posso morrer de tão entediada"




Laura Linney. Com um vestido preto nunca me comprometo, para o ano meto-lhe uns adereços em cima e a coisa está resolvida.

















Vestido "a idade ainda é um posto, está muito distinta, sim senhora"


Helen Mirren. A rainha.





















Vestido "não sei se te amo ou se te odeio, mas acho que te amo"



Heidi Klum. Mais não seja, porque foi a única que se vestiu à altura do evento.


















Vestido "na simplicidade é que está o ganho, é por isso que é o meu preferido"



A pequena Ally McBeal. Mas come mais qualquer coisinha, filha, que ainda te dá uma fraqueza.
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Vamos embora!

Este fim-de-semana fui quatro vezes aos cinema e ainda arranjei tempo para ver dois dvd's. Que comecem os Óscares, estou pronta!
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Esta coisa de gostar de alguém...

"Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro.

Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso.
Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós"

Ai, pequeno Alvim, pelo menos uma vez na vida consigo estar de acordo contigo.

Texto completo aqui
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Tive três AVCs nos últimos 15 minutos

Os benfiquistas deviam ter medicação comparticipada para o coração.

Ainda a propósito do Photoshop, um amigo enviou-me isto

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

G-E-N-I-A-L!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Numa troca de mails falava-se de Photoshop

Não há nenhum programa de género que dê um retoque às nossas vidas, que diminua as chatices, elimine as tristezas, dê cor aos dias cinzentos, aumente as gargalhas, repare corações destroçados? Não? Nada?

Alguém me tira para dançar?

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

quinta-feira, fevereiro 21, 2008
"O meu corpo é pequeno para tanta solidão"

Foi mesmo isto que eu disse esta noite, num sonho. E acordei logo a seguir, espantada com a profundidade de tal frase.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Tudo o que este blog não é mas pode passar a ser #2

E cá estou eu, uma vez mais, ao serviço dos meus leitores. Desta feita para responder à pesquisa:

"Pénis do Ronaldinho Gaúcho"

E se dúvidas havia, eis que acabam de se dissipar: há gente muito esquisita, doente mesmo. Ou isso ou há gente com interesses muitíssimo duvidosos. Mas quem é que no seu perfeito juízo anda na net à procura do pénis do Ronaldinho Gaúcho? Do Ronaldinho Gaúcho??? Tudo bem eu já falei aqui da pila do Beckham, que não é um assunto bonito de se falar, mas quer dizer, é o Beckham! É descerebrado, mas jeitosinho, serve muito bem para o gasto. Mas....mas...mas...o Ronaldinho Gaúcho??? Quem é que depois da dentuça lhe quer olhar para a pila?????? E vem para a net à procura disso??? Lamento, mas desta vez não posso ajudar. É uma coisa que me transcende.
terça-feira, fevereiro 19, 2008
Ah, e gosto tanto de Bambi!

Como é que me pude esquecer da palavra Bambi???
terça-feira, fevereiro 19, 2008
As palavras que eu gosto

A Sónia, que é mulher de palavras, ditas e escritas, acha que toda a gente é tão boa nessa arte como ela, por isso vá de passar desafios. Tudo bem, eu aceito. Não sei se tenho 12 (DOZE!) palavras favoritas, mas alguma hei-de arranjar.

Pipoca
Pelo blog que me é tão querido e ser o lugar onde afogo mágoas e digo parvoíces; por gostar de pipocas (doces e salgadas, misturadas em camadas, já se sabe); pelo som saltitante (pi-po-ca); pelo som que fazem quando as trinco e que enerva meio cinema; por quase toda a gente me chamar assim, Pipoca.

Amor
Amor, amor, amor. Nasci para dar amor, nada a fazer. O que é diferente de ter nascido para dar amor a TODA a gente e ser uma pessoa daquelas de andar aos beijos e abraços. Isso era ser querida. Não sou, sou bruta como as casas (uma ‘bruteza’ atenuada por alguns apontamentos de ternura, atenção. São raros, mas quem me rodeia sabe que existem). Mas gosto da palavra ‘amor’, gosto de tudo o que envolve, gosto de cenas de amor à Hollywood (que continuo à espera que apareçam, uminha que seja), gosto de pensar em amores daqueles para a vida toda, gosto que sintam o meu amor, que o reconheçam e lhe dêem valor. Ainda não encontrei alguém que partilhe a mesma noção de amor. Prefiro pensar que é por ser uma forma de amor demasiado rara e ninguém estar preparado para tal. E assim me vou enganando.

Assim como assim
Eu sei, é uma expressão, um conjunto de palavras, mas se for lido “assicomássi” torna-se uma só. É brejeira, é saloia, não convém que se me escape uma em entrevistas ou ocasiões sérias, mas é muito boa de dizer, flui bem e é divertida, que é o que interessa.

Salsicha
Eu entro em casa e digo “olá, texuga”. A minha mãe responde sempre “olá, salsicha”. Dizemos parvoíces, mas somos felizes.

Grátis
Concertos grátis, filmes grátis, exposições grátis, almoços grátis, fins-de-semana grátis. Adoro coisas grátis (o que também pode ser sintomático do meu salário).

Família
Tenho uma noção de família muito precisa e por isso a palavra me faz tanta falta no vocabulário. A família já foi maior, com irmão e todos os avós, e os dias já foram mais felizes no que toca a este assunto. Hoje são só os pais, mas são os melhores. Há muitos tios e primos, mas família, família, aquela a quem devo tudo, do infantário aos dias hoje, é mesmo à mãe e ao pai. Os dias e anos que tenho pela frente nunca serão suficientes para agradecer e retribuir tudo. Quero ter uma família e quero que seja como a minha (devidamente adaptada aos dias de hoje, claro está).

Pijama
A zebrinha-peluche por quem era capaz de andar ao estalo. E os pijamas propriamente ditos. É uma palavra associada a dormir. Chegar a casa e pôr o pijama. Passar os domingos de pijama, a dormitar. Pijamas quentinhos e com muitas cores, como os meus. Pouco sexys, mas os que mais me aquecem a alma.

Pirosona
Tem que ser dito com uma entoação especial, uma musiquinha. É a primeira palavra que eu e uma amiga dizemos diariamente uma à outra, e mesmo que seja escrita sabemos que sonoridade tem. Também há as variantes “grande querida” ou “minha boa amiga”.

Surpresa
Gosto. Gosto tanto. De fazer, de receber, de gritar, de planear.

Oh, meu Deus!
Mais uma expressão. Gosto de dizer isto várias vezes ao dia, em alturas de pretenso dramatismo. “A Angelina Jolie vai ter gémeos, oh, meu Deus!". Não é para ser dito com ar de tédio, enfado, desdém ou pudor, é mesmo como se o mundo fosse acabar. Gritado tem um efeito mais realista, resulta muito bem.

Sonhos/sonhar
Faço muitos planos acordada, mas também é isso que dá graça à vida. Sonho frequentemente com o Euromilhões e planeio, com ordem sistemática, as primeiras coisas que compraria. Sonho com o meu vestido de noiva (é tão lindo, valha-me Deus) e com as músicas do casamento e copo d’água (têm que puxar à lágrima). Claro que antes disso sonho com o pedido de casamento, que nunca poderá ser pirosão nem meter flores. Sonho com a decoração da minha casa e com o meu closet de 300m2. Sonho com o livro que nunca vou ter, de ir à Fnac fazer-lhe festinhas. Sonho com uma reportagem premiada. Sonho com destinos de sonho. Sonho com uns Manolo envoltos em papel de seda. Sonho, sonho, sonho. E que alguém ouse proibir-me.

Inhos
Gosto de algumas palavras terminadas em “inho”. Gosto de ratinho(s), peixinhos, patinhos, vaquinhas… ok, reformulo. Gosto de nomes de animais terminados em “inhos”. Mas também não são todos. Não gosto de ursinhos, leõezinhos, elefantezinhos. Na…Ah, e no campo dos bichos também gosto de anémona. Mas não gosto de anémonazinha.
terça-feira, fevereiro 19, 2008
Tudo o que este blog não é mas pode passar a ser #1*

Desque me apresentaram o Google Analytics a minha vida mudou. Agora, finalmente, posso perceber como é que a malta chega ao meu blog. Há os repetentes que vão voltando dia após dia, sabe Deus porquê. E há os (muitos) que vêm cá parar por azar, porque andavam à procura de qualquer coisa na net e o Sr. Google disse-lhes que dessem cá um saltinho, que aqui encontrariam resposta para os seus problemas. Seguramente não encontraram, que tomara eu ter respostas para mim, quanto mais para os outros, mas é exactamente para colmatar essa falha que eu decidi instaurar esta rubrica. Ou seja, vou ver através de que pesquisa é que os meus estimados leitores cá chegaram e buscarei explicações brilhantes.

E o primeiro contemplado vai ser o leitor (ou a leitora) que aqui chegou através da pesquisa...

"Posso pegar amigdalite através do sexo oral?"

(pausa de 4 segundos para me recompor)

Ora bem, é verdade que já neste espaço se falou de amigdalite (infelizmente, é mal que me atormenta muitas vezes). E não é menos verdade que também já se mencionou, assim por alto, o tema sexo oral. O que nunca me tinha dado era para juntar as duas coisas. Erro crasso. E o que é que eu posso responder a isto? Se calhar vou falar da minha experiência enquanto "amigdalítica crónica". Que eu me lembre, nunca meteu sexo. Nem oral nem de espécie alguma. E o que eu acho esquisito no meio disto tudo é que alguém tenha pachorra para ter sexo estando com 39 de febre, mil pontos brancos na garganta, dores de cabeça, cansaço e outros maus sintomas do género. Pior que isto é que haja alguém que obrigue um amigdalítico a ter sexo... e que depois se venha preocupar com um eventual contágio. Ok, se calhar preocupou-se antes de ter sexo, mas vai dar ao mesmo: a vontade de andar em actos pecaminosos estando doente ou com uma pessoa doente. Não há qualquer espécie de respeito. E mais podia eu dizer, nomeadamente sobre a relação entre sexo oral e a dificuldade em se engolir no estado amigdalítico, mas isso se calhar também já não vale a pena. Por isso, o que aconselho ao leitor/a que levantou tão pertinente questão, é que se deixe estar quieto, em repouso, que beba muitos líquidos e tome um Benuron em caso de febre. É isso que os médicos recomendam, não é sexo oral.

*Se for esse o supremo interesse do leitor
terça-feira, fevereiro 19, 2008
É aqui que eu quero ir. E é aqui que nós vamos.


Adenda a Balanço das 17.43, agora às 16.17

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Outro ex-namorado ficou aborrecido por no meu balanço não ter visto incluído o vídeo que me enviou. Mea culpa. Gostei muito e alegrou-me o dia. Muito obrigadinha, sim?

quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Acabada de chegar da Luz

O jogo foi morno, a resvalar para o frio. Tal como a minha vidinha...
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Balanço das 17.43

Dia dos namorados:

- Entreguei dois postais: o mais piroso da loja e o mais querido de todos.
- Planeei uma surpresa que foi o maior flop da história das surpresas.
- Contrariamente ao que estava planeado, almocei sozinha. Lamentável que num japonês de renome a comida me tenha caído mal (será por ter sido a quinta vez esta semana que comi sushi??). Mais lamentável ainda é que tragam a conta a uma pessoa que acaba de almoçar sozinha e que venha acompanhada de um laço com corações e de um chupa-chupa também ele em forma de coração.
- Enviei mensagens a todas as minhas amigas solteiras a desejar um feliz dia dos namorados.
- Abati o almoço numa caminhada entre Sete Rios e os Restauradores (estava possuída pelo demónio). Sendo que às oito e meia da matina já eu estava a alapar a gordura nas máquinas do ginásio.
- Encontrei um ex-namorado e saltitámos em pleno Marquês de Pombal, aos gritos "feliz dia dos ex-namoradooooos!!". Foi fofinho.

Voltaremos a actualizar o dia caso ocorram desenvolvimentos significativos.
quinta-feira, fevereiro 14, 2008

No entanto, e como diria a lovely Carrie Bradshaw,

"I am someone who is looking for love. Real love. Ridiculous, inconvenient, consuming, can't-live-without-each-other love". Já não acredito muito que exista, mas sou uma eterna optimista.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

terça-feira, fevereiro 12, 2008
Férias...

Fevereiro ainda agora começou e eu já tenho as férias todas marcadas. Tudinho. Uma semana em Abril, uma semana em Junho, duas em Julho, uma em Agosto e outra em Dezembro. Assim, tudo meio ao calhas, que eu ainda não sei o que vou fazer este fim-de-semana, quanto mais em Agosto. É bonita esta coisa de ter que marcar férias assim cedinho, para melhor organização da empresa. Mas depois uma pessoa vê-se a braços com cinco semanas de férias e nem um mísero planozinho para as preencher. Nada. Vou passando os olhos pelos sites de viagens, mas viajar não depende só de mim, que não acho graça nenhuma a enfiar-me sozinha num avião e andar a deambular por destinos desconhecidos. Bom, bom era no tempo da escola. Três meses de férias: um garantido no Algarve, certo e sabido, os outros dois a correr no jardim do Príncipe Real, que nessa altura ainda eu não era a suburbana que sou hoje. Agora é isto que se vê... uma pessoa marca férias e tem que as tentar coordenar com as dos pais, com as do namorado, com as dos amigos, com as dos colegas, que isto é uma empresa séria e não pode querer tudo ir para a terra em Agosto. É um verdadeiro malabarismo calendarístico, expressão acabada de inventar para explicar o quão difícil é escolher os dias de férias. Enfim. Pelo sim, pelo não, vou continuar a recolher catálogos nas agências de viagens. O "Mediterrâneo e África 2007-2008" já cá canta.
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
Quando mais sinto o meu rabo a abanar na passadeira do ginásio...

... mais fúria ganho e mais depressa ando.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
E nem assim ganhámos...

Estava a ver a bola e vi que a equipa italiana tinha um tal de Amélia. Por momentos fiquei confusa. "Então mas agora o Nuno Gomes joga pelos italianos?".
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Tenho para mim...

... que trabalho no único sítio em Portugal que não beneficiou com a lei do tabaco. Muito pelo contário, a coisa agravou-se. Criou-se uma salinha para os fumadores (isto é legal???) e não há dia em que eu não berre "cheira a tabaco!!", perante a passividade total de todos os outros não fumadores (e a indiferença ainda maior de todos os fumadores). Antes saía à noite e voltava para casa a cheirar a tabaco. Agora venho trabalhar e volto para casa a cheirar a tabaco. Bem bonito. Não há uma ASAE que me valha??
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Fosse eu uma mulher com eles no sítio e a minha vida era outra coisa

Mas não, sou uma alforreca sentimental.
terça-feira, fevereiro 05, 2008
Ontem fui abençoada por Jesus Cristo

Vi um par de jarras e umas quantas Brancas de Neve.
Descobri o Wally duas ou três vezes.
Fiz festinhas num cavalo e numa vaca.
Fui ignorada pelo Borat.
Levei encontrões duma prostituta.
Vi passar o Napoleão.
Puxei o chapéu a um mexicano.
Gritei "talk to me, Mr. Lagerfeld".
Fui mordida por um lobo.

É uma loucura o Carnaval.

E eu, que não saía à noite há para cima de mil anos, percebi que o clima de engate se mantém. E que a malta aproveita os disfarces carnavalescos para ficar ainda mais possuída pelo demónio e tentar as abordagens mais idiotas.
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Estamos sempre a adiar o dia em que vamos ser felizes

E, vai-se a ver, e não vamos ser felizes nunca.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Estou farta de gajos*

Lembrei-me de introduzir o tema “viver juntos” à hora de almoço. Pareceu-me uma boa ideia discutir a vida a dois enquanto esperava por um bife e me debatia com o dilema “satisfazer a gula Vs aumentar os metros quadrados de rabo”. A coisa não estava a correr mal. Eu apregoava o quão boa namorada ia ser, os jantarinhos que lhe ia preparar ao fim de um dia de trabalho, os serões no sofá com chaise-longue a ver filmes daqueles mesmo bons. E ele, que não é dado a grandes euforias, até me conseguiu ouvir por alguns minutos, sem revirar os olhos de impaciência nem simular um desmaio súbito para pôr fim à conversa. E foi então que o ouvi dizer “eu acho que, mais cedo ou mais tarde, vamos ter que…”. E houve uma pausa. Não mais que dois segundos, mas o suficiente para eu ouvir sinos, ver um vestido de noiva Vera Wang, ouvir a Ave Maria de Schubert, ver o meu pai em lágrimas, a encaminhar-me para o altar, emocionado por a filha ter, finalmente, desencalhado. Acho mesmo que pus a mãozinha a jeito, porque depois daquele início de frase tão promissor, e depois de eu ter feito um rol exaustivo de todas as vantagens da vida em comum, só se podia seguir um anel de noivado. Até que veio o resto. “Acho que, mais cedo ou mais tarde, vamos ter que ir ao cinema”. “Hã?”. “Vamos ter que ir ao cinema. Há uma data de coisas para ver”. O bife caiu-me mal. E é por isto que estou farta de homens, pela fobia ao compromisso. Aguento tampas de sanita levantadas, aguento pêlos no lavatório, aguento que respeitem mais o clube do que a própria mãe, aguento que comecem a traçar o testamento aos 36 graus de febre. Até nem me incomoda por aí além que não saibam distinguir um óbvio bege dum ainda mais óbvio caqui. São limitações, pronto. Mas homens de 30 anos que recusam abandonar o lar materno, isso já me causa alguma urticária. Não fiquei surpreendida. Afinal, trata-se do mesmo homem que num daqueles testes idiotas de revistas assinalou que a coisa que mais se assemelhava a tortura era o casamento. Não era a sede, não era a fome, não era perder um testículo. Era mesmo casar.

*Crónica publicada na revista Time Out Lisboa, no tema Feminino vs Masculino

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